Talvez não haja razão nenhuma e toda eu seja demência, ou urgência, não sei. Talvez não sejas tu, nem seja eu, nem tenhamos nós que existir.
Talvez devesse simplesmente deixar fugir o momento, em que dentro de ti navego e sonho e acordo a rir.
Talvez tu não sejas mais do que tudo aquilo que a minha imaginação quis criar e não sejas bom nem mau, não sejas forte nem fraco, não tenhas por dentro tanto além daquilo que eu vejo por fora (e que, aqui entre nós, é pouco).
Talvez a razão não me acompanhe nesta viagem e eu percorra a estrada apenas como um louco, sem pequenas questões nem grandes respostas.
E então, poderão perguntar-me:
- Mas afinal, porque gostas?
- Mas afinal, porque gostas?
Talvez eu nesse instante possa responder que é justamente esse não sei quê, que nasce não sei quando, vem não sei como e dói não sei porquê que me faz acreditar.